Memórias Póstumas de Brás Cubas
O livro da foto é um livro de uma edição bem antiga, comprei-o em um sebo, ele olhou pra mim e eu a ele, então tive que sucumbir aos encantos novamente dessa obra que já havia lido, no entanto um clássico merecesse ser relido.
Livro de autoria de Machado de Assis, se tornou um dos maiores clássicos da literatura brasileira, sendo o quinto livro escrito pelo o autor. O livro é um marco na literatura brasileira, conta a história de Brás Cubas após a sua morte, onde o mesmo narra o livro em terceira pessoa, descrevendo a partir da visão dele as características dos personagens.
Brás Cubas é um membro da elite aristocrata patriarcal, viveu a vida usufruindo de seus privilégios, e aqui o autor trás em seu texto uma característica marcante desse livro, os eufemismos e figuras de linguagens, os toques de ironias ao narrar a vida fugaz de tal personagem.
Na minha experiencia como leitora a obra enriqueceu à minha maneira de escrever, é uma literatura que desperta ao leitor a uma realidade vivida no Brasil do século XIX, onde a escravidão existia e era normalizada. O autor dedica um capítulo ao jovem Prudêncio, escravo do pai de Brás Cubas, criado dentro de casa e liberto após a morte do pai de Brás, o menino convivia com Brás quando o mesmo era também criança. Em uma das passagens da vida narrada de Brás, ele o encontra, ao avistá-lo, lembra-se de sua infância onde o menino o servia como cavalo para montaria, ele se depara com o ex-escravo agora oprimindo os seus iguais após conquistar condições econômicas, agora o jovem Prudêncio faz o mesmo que fizera consigo. Este capítulo foi o que mais me levou a uma reflexão profunda a cerca de nossa sociedade, me levou a lembrar de diversos autores da filosofia, sociologia e psicologia que explicaria das diversas maneiras o tal comportamento de Prudêncio. Contudo fico com a reflexão do educador Paulo Freire “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”.
Outro personagem que aparecem em recorrentes capítulos é Quincas Bobas, este se tornou teórico do hamanitismo, doutrina que depois será abraçada por Brás, este o acompanha até o fim de sua jornada, até Quincas morrer demente, bravejando por sua filosofia, uma filosofia de branco elitista.
O livro narra a história de um jovem boêmio, membro da aristocracia, gozando dos seus privilégios sociais. A sua vida foi marcada por dois amores, Marcela o seu amor de juventude que arrebatou o coração do jovem Brás e também a fortuna de seu pai, em que Brás esbanjava com ela presentes luxuosos. A segunda foi Virgília um amor maduro e perigoso, com ela teve uma aventura proibida de amantes. Assim Brás não chegou a se casar por motivos infortúnios com nenhuma outra mulher, outros personagens passaram por sua vida, mas me atenho a citar apenas estes. Brás termina a sua vida sozinho e com o sentimento de fracasso por não ter conseguido a ascensão social que almejara, o final do livro é melancólico assim como é o fim da vida.
Um belo livro que pude desfrutar, obrigada Machado de Assis.
Comentários
Postar um comentário